Grupo de Ação Cultural

Objectivos :

Promover a cultura popular portuguesa e a cultura artística global como forma de reforço dos laços comunitários, de resistência e de intervenção social.

Promover o acesso e o apoio à criação e produção artística e cultural através de consultadoria, gestão de projectos, cedência de espaços, formação e apoio técnico.

Criar ligações e colaborações com instituições ligadas à cultura, tais como: estruturas de criação, estruturas de recepção, residências artísticas, escolas e universidades, e outras entidades externas, públicas e privadas, nacionais e internacionais.

Facilitar a agregação do sector da cultura e desta à comunidade


Projetos:

 


Notícias:


Finalmente o rio desaguou! O Centro Desportivo Nacional do Jamor situa-se na Cruz Quebrada, já muito perto do local em que o Jamor desagua no Tejo.   O leito do Jamor é cada vez mais largo, e as suas margens já não têm hortas. Mas o rio continua a apoiar a comunidade local, nomeadamente, para a prática desportiva: há atividades náuticas e regam-se campos desportivos. Para além dos desportistas, há pessoas a passear. O rio tem peixes, diversas espécies de aves e muitas plantas subaquáticas.     Depois, o rio finalmente desagua. Ali, mesmo ao lado da estação de comboios da Cruz Quebrada. Forma-se uma pequena praia, algumas pessoas aproveitam os últimos dias de calor do ano, há pescadores de cana em punho. O mar vê-se ao longe.    

Diário de Bordo I Dia 8 I Como okupar um rio


Oeiras também é terra de hortas okupadas Os dias anteriores serviram-nos para seguir o curso do Jamor, sempre dentro do concelho de Sintra. Neste dia passamos para o outro lado do IC19 e chegamos a Oeiras.   O rio Jamor nasce na Serra da Carregueira, concelho de Sintra, e desagua na Cruz Quebrada, concelho de Oeiras. Percorre portanto dois concelhos, ambos da Grande Lisboa, fazendo do Jamor um rio urbano, pois nasce, corre e desagua numa área metropolitana, a de Lisboa. Esta é também uma das regiões mais povoadas de Portugal. Dona Maria, Brejo, Belas, Pendão e finalmente Queluz. Este é o percurso que o Jamor faz, e que nós visitámos, no concelho de Sintra. Neste dia entrámos no concelho de Oeiras, em plena Queluz de Baixo. Aqui, a margem direita do rio estreita-se e o terreno eleva-se abruptamente. Há apenas espaço para umas casinhas de pedra construídas em socalcos, […]

Diário de Bordo I Dia 7 I Como okupar um rio



Quando no meio da cidade irrompe o campo As hortas em Queluz são impressionantes pelo contraste que criam com os prédios em redor. Parece mesmo o campo a invadir a cidade, finalmente o triunfo da natureza.   Do passeio que está por cima da enorme planície que acompanha o Jamor, junto à estação de comboios de Queluz-Belas, veêm-se sempre muitas pessoas a trabalhar a terra. Nesse dia metemos conversa à distância com dois senhores, que, lá em baixo, regavam com uma enorme mangueira o que pareciam ser couves bebés. Queríamos saber como descer. Gritaram-nos que teríamos de ir até ao final da Avenida Miguel Bombarda e entrar por uma abertura entre dois prédios. Encontrámos a tal abertura e caminhámos por um carreiro, ao longo da margem esquerda do Jamor; vimos como o rio ali está tão limpo, com patinhos e algumas plantas subaquáticas; pudemos também ver de perto as dezenas […]

Diário de Bordo I Dia 6 I Como okupar um rio


Okupas sénior entre Belas e Queluz Às portas de Queluz aprendemos a aplicar um novo conceito: quinta okupa.   O Sr. Patrício é okupa na Quinta das Andorinhas. É uma okupação que dura há mais de 40 anos, o que faz do Sr. Patrício (e afirmamo-lo com todo o respeito) um okupa sénior. Divide o terreno, que é propriedade privada, e não do Estado, com pelo menos mais uma pessoa. Esta quinta okupa fica ali entre Belas e Queluz, sendo que não é única, nas redondezas. Podem ver-se, tanto para baixo (em direção ao rio), como para cima (em direção à serra), dezenas de outras quintas okupas, organizadas em socalcos, bem tratadas. No caso do Sr. Patrício, a Câmara Municipal de Sintra (CMS) fê-lo assinar uma declaração, na qual ele se compromete a desocupar o terreno, caso haja interesse nisso, seja por parte do dono, seja por parte do próprio […]

Diário de Bordo I Dia 5 I Como okupar um rio



Perdidas na floresta Mesmo à saída de Belas encontramos um caminho pelo meio de algumas hortas okupas.   Quanto às hortas, pelas suas grandes dimensões e de tão bem muralhadas que estavam, ficamos a pensar que esta ocupação já foi feita há muito tempo. Infelizmente, não encontramos ninguém com quem pudéssemos confirmar esta suspeita. O caminho levou-nos a subir o rio Jamor, praticamente até à zona do Lisbon Sports Club, já bem para dentro da Serra da Carregueira.     Nem parecia que estávamos a 5 minutos da cidade. Sempre avistando infraestruturas que identificamos pertencerem ao Aqueduto das Águas Livres (sim, o que acaba nas Amoreiras, em Lisboa), fomos caminhando pelo meio da natureza. Vimos como o terreno é rochoso, confirmando o que a Natalina nos havia explicado no dia 1. As hortas já tinham ficado para trás, aqui a natureza já se exprimia com maior liberdade: várias espécies de […]

Diário de Bordo I Dia 4 I Como okupar um rio


O Jamor, as minas e o golfe Fizemos a visita da praxe à Natália, antes irmos ter com o Sr. Henrique.   Visitamos as Minas do Brejo e imediatamente percebemos a sua importância na economia familiar do Sr. Henrique: regar a cultura agrícola, dar de beber aos animais e, no passado, fonte de água para todos. As minas também passaram a ajudar no lazer, quando perto de duas delas o Sr. Henrique construiu um espaço de refeições e descanso.     Depois fomos ao Lisbon Sports Club, em Belas, onde o Nuno, o greenskeeper do campo de golfe, já nos esperava no seu buggy. Estava pronto para nos levar a passear ao longo da porção do Rio Jamor que corre na propriedade do clube. Informou-nos que fazem com regularidade um trabalho de limpeza e de manutenção de margens, aproveitando o rio como um dos obstáculos na prática do golfe. Já […]

Diário de Bordo I Dia 3 I Como okupar um rio



A água de Dona Maria Voltando a Dona Maria, revisitamos a Natália.   Ela entretanto já tinha feito pesquisas para nos ajudar sobre o rio Jamor, mas nenhuma conclusiva quanto ao local da sua nascente, aconselhando-nos a consultar as cartas militares. São muitas, as minas de água existentes pela zona, havendo por exemplo uma mesmo debaixo do principal largo de Dona Maria, o Largo do Chafariz. Disse-nos que esta é a zona de Lisboa com maior quantidade de águas subterrâneas, pelo que a etnografia local está intimamente ligada ao tema da água: as lavadeiras até aos anos 80 assistiam Lisboa com os seus serviços, havendo hoje em dia ainda as almácegas onde lavavam a roupa (atualmente as almácegas estão em propriedade privada, não podendo ser visitadas); os aguadeiros iam de Dona Maria para Lisboa para vender água. Existe a crença que estas águas têm propriedades medicinais e era costume beber-se […]

Diário de Bordo I Dia 2 I Como okupar um rio


À procura de uma nascente Queríamos começar pelo início, encontrar o local onde nasce o rio Jamor. Não foi fácil.   Contrariamente ao esperado, a web não informa acerca do paradeiro da nascente do Jamor. Tudo o que se lá encontra é uma vaga informação sobre como o rio nasce em Dona Maria, na Serra da Carregueira, concelho de Sintra. De câmara de filmar em punho, fomos nessa verdadeira expedição. E descobrimos o seguinte: a)      Dona Maria é uma pequeníssima aldeia nos subúrbios da Grande Lisboa, mas preserva ainda características bem rurais - pequenas quintas, um casario meio desordenado que desemboca em pequenos largos, estradas de terra batida e muitas fontes; em Dona Maria toda a gente se conhece e/ou tem grau de parentesco. b)      O rio Jamor vai ganhando diferentes nomes, dependendo do lugar por onde passa (ribeira de Belas, ribeira do Brejo, ribeira de Dona Maria, etc); nasce […]

Diário de Bordo I Dia 1 I Como okupar um rio



Após a tendência do século XX de casas okupadas, trazemos para o século XXI uma nova necessidade: okupar rios. Ao usar modelos económicos insustentáveis, as comunidades urbanas têm perdido os seus rios como um bem comum. É urgente resgatar a relação antiga entre ambos. Como okupar um rio é uma ferramenta de aprendizagem de investigação e desenvolvimento, que visa mostrar como uma comunidade pode resgatar um rio pelo bem comum.     A relação rio-cidade é essencial para o desenvolvimento urbano. A disponibilidade de água foi sempre um dos factores decisivos para o estabelecimento definitivo das populações. Com o avanço industrial, as relações rio-cidade mudaram. Existe uma separação funcional, causada por grandes obras de correcção perpetradas nos rios urbanos, agravadas pelos fortes níveis de poluição de dos leitos e margens. Se os maiores rios são utilizados quase que exclusivamente para fins económicos, os mais pequenos, geralmente extremamente poluídos, constituem, nas […]

Como okupar um rio – introdução ao projeto


2
No seguimento da Masterclass sobre Turismo e Gentrificação foram editados um documentário, uma curta-metragem e um livro, disponíveis aqui (em inglês): Curta-metragem: STADSLAB – City Making & Tourism Gentrification Lisbon from Fabio Petronilli on Vimeo.   Documentário: YOU’LL SOON BE HERE from Fabio Petronilli on Vimeo.   Livro: Booklet Masterclass Lisboa

Documentário + curta + livro: Masterclass Turismo & Gentrificação