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As reações aos protestos das ativistas do Climáximo e da Greve Climática Estudantil deviam servir para refletirmos sobre a vida que levamos e o sistema que nos organiza.  Uma das reações mais divulgadas é de uma pessoa que, indignada, disse “Tenho que trabalhar para alimentar os meus filhos”. Tendo em conta que é isso que a maioria da população faz, facilmente qualquer pessoa se identifica com tal desabafo. Será que este tipo de reacção resulta de um grande gosto pelo seu trabalho e pelo prazer de vender o seu tempo para conseguir alimentar os filhos? Ou há aqui uma frustração escondida, que nos afecta a praticamente todos, pela vida quotidiana e custosa que nos obriga a trocar tempo (que podia ser passado com os tais filhos) por dinheiro para os, pelo menos, alimentar?  Existem também reações a defender “outras formas de ação”. Primeiro, já foram feitas e continuam a acontecer […]

Porque nos revoltamos quando nos bloqueiam a estrada? 


“No meio está a virtude” “O equilíbrio é a base de tudo” Estas frases feitas costumam ser utilizadas para corroborar visões políticas moderadas, mas numa sociedade desequilibrada, ser do centro é ser extremista. O que vejo à minha volta é que o sistema capitalista é desequilibrado e insano. Por isso a única maneira de ser equilibrado é ser anti-capitalista. Vou começar por números mais gerais mas que mostram bem esse desequilíbrio: 2153 bilionários têm mais riqueza do que 4,6 mil milhões de pessoas (60% da população mundial). E isto sem contar com o dinheiro que os 2153 bilionários têm em paraísos fiscais, nem o que ganham de acções ou imóveis que tenham. Podes pensar que isto é aceitável (não sei bem como) mas se ao mesmo tempo pensares que 690 milhões de pessoas passam fome (8,9% da população mundial), que um terço dos alimentos produzidos anualmente são desperdiçados, que há […]

Capitalismo é extremismo