Diário de Bordo I Dia 2 I Como okupar um rio


A água de Dona Maria

Voltando a Dona Maria, revisitamos a Natália.

 

Ela entretanto já tinha feito pesquisas para nos ajudar sobre o rio Jamor, mas nenhuma conclusiva quanto ao local da sua nascente, aconselhando-nos a consultar as cartas militares. São muitas, as minas de água existentes pela zona, havendo por exemplo uma mesmo debaixo do principal largo de Dona Maria, o Largo do Chafariz.
Disse-nos que esta é a zona de Lisboa com maior quantidade de águas subterrâneas, pelo que a etnografia local está intimamente ligada ao tema da água: as lavadeiras até aos anos 80 assistiam Lisboa com os seus serviços, havendo hoje em dia ainda as almácegas onde lavavam a roupa (atualmente as almácegas estão em propriedade privada, não podendo ser visitadas); os aguadeiros iam de Dona Maria para Lisboa para vender água. Existe a crença que estas águas têm propriedades medicinais e era costume beber-se delas em situação de doença.
Voltou a falar-nos no Sr. Henrique e nas 3 minas do Brejo (que ela considera as mais importantes), que existem nos seus terrenos. Desta vez ele já nos atendeu e marcamos visita para as próximas semanas.

Seguindo a pista do dono do café em Dona Maria, fomos até ao Lisbon Sports Club. Encontramos o Nuno, greenskeeper do campo de golf, que muito simpaticamente se disponibilizou para uma visita nos terrenos do clube, ao longo do rio.

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