Daily Archives: Friday, 4 de August de 2017


Perdidas na floresta Mesmo à saída de Belas encontramos um caminho pelo meio de algumas hortas okupas.   Quanto às hortas, pelas suas grandes dimensões e de tão bem muralhadas que estavam, ficamos a pensar que esta ocupação já foi feita há muito tempo. Infelizmente, não encontramos ninguém com quem pudéssemos confirmar esta suspeita. O caminho levou-nos a subir o rio Jamor, praticamente até à zona do Lisbon Sports Club, já bem para dentro da Serra da Carregueira.     Nem parecia que estávamos a 5 minutos da cidade. Sempre avistando infraestruturas que identificamos pertencerem ao Aqueduto das Águas Livres (sim, o que acaba nas Amoreiras, em Lisboa), fomos caminhando pelo meio da natureza. Vimos como o terreno é rochoso, confirmando o que a Natalina nos havia explicado no dia 1. As hortas já tinham ficado para trás, aqui a natureza já se exprimia com maior liberdade: várias espécies de […]

Diário de Bordo I Dia 4 I Como okupar um rio


O Jamor, as minas e o golfe Fizemos a visita da praxe à Natália, antes irmos ter com o Sr. Henrique.   Visitamos as Minas do Brejo e imediatamente percebemos a sua importância na economia familiar do Sr. Henrique: regar a cultura agrícola, dar de beber aos animais e, no passado, fonte de água para todos. As minas também passaram a ajudar no lazer, quando perto de duas delas o Sr. Henrique construiu um espaço de refeições e descanso.     Depois fomos ao Lisbon Sports Club, em Belas, onde o Nuno, o greenskeeper do campo de golfe, já nos esperava no seu buggy. Estava pronto para nos levar a passear ao longo da porção do Rio Jamor que corre na propriedade do clube. Informou-nos que fazem com regularidade um trabalho de limpeza e de manutenção de margens, aproveitando o rio como um dos obstáculos na prática do golfe. Já […]

Diário de Bordo I Dia 3 I Como okupar um rio



A água de Dona Maria Voltando a Dona Maria, revisitamos a Natália.   Ela entretanto já tinha feito pesquisas para nos ajudar sobre o rio Jamor, mas nenhuma conclusiva quanto ao local da sua nascente, aconselhando-nos a consultar as cartas militares. São muitas, as minas de água existentes pela zona, havendo por exemplo uma mesmo debaixo do principal largo de Dona Maria, o Largo do Chafariz. Disse-nos que esta é a zona de Lisboa com maior quantidade de águas subterrâneas, pelo que a etnografia local está intimamente ligada ao tema da água: as lavadeiras até aos anos 80 assistiam Lisboa com os seus serviços, havendo hoje em dia ainda as almácegas onde lavavam a roupa (atualmente as almácegas estão em propriedade privada, não podendo ser visitadas); os aguadeiros iam de Dona Maria para Lisboa para vender água. Existe a crença que estas águas têm propriedades medicinais e era costume beber-se […]

Diário de Bordo I Dia 2 I Como okupar um rio