https://www.publico.pt/2023/05/18/azul/opiniao/carta-aberta-dia-nacional-jardins-2050054
A homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles deveria servir para aumentar e requalificar as manchas verdes urbanas e assumir a preservação destes espaços e ecossistemas como verdadeiro interesse público.
A criação, pela Assembleia da República, do Dia Nacional dos Jardins (instituído a 16 de setembro de 2022), a celebrar anualmente no dia 25 de maio, data do nascimento do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (1925-2020), foi ideia proposta sob forma de petição pública por um grupo de jovens estudantes de Portimão. Esta iniciativa foi dinamizada por um docente do ensino secundário, o professor de Filosofia e de Cidadania e Desenvolvimento Carlos Café, grande admirador de Gonçalo Ribeiro Telles.
A ideia, transformada em decisão pela Assembleia da República, foi aprovada por unanimidade pelos partidos representados no Parlamento, e pode ser vista como um bom augúrio. Todos os partidos, incluindo aqueles que têm estado no Governo desde 1974, sentiram-se vinculados a respeitar a obra do homenageado e a pôr em prática o seu ideário.
Mas é forçoso ver tal unanimidade com alguma prudência e sentido crítico. São ainda muito comuns as situações, e algumas de grande gravidade, em que foi e continua a ser violado não só o espírito da obra do homenageado, mas também, não raro, a letra das leis de proteção do território, da natureza e do ambiente, que a ele devemos, e aos que com ele colaboraram. Violações sempre apoiadas no suposto “interesse público”.
Os parques, os jardins, as árvores estão, sem dúvida e de modo permanente, no cerne do pensamento e da ação de Ribeiro Telles. São, aliás, de sua autoria ou co-autoria algumas obras paisagísticas em Portugal que mais se destacam nas últimas décadas.
Subscritores:
Maria Amélia Martins-Loução (Speco – Sociedade Portuguesa de Ecologia); Joaquim Pinto (Aspea – Associação Portuguesa de Educação Ambiental); Diogo Caetano (Associação Amigos dos Açores); Daniela Salazar (Associação BioLiving); Raimundo Quintal (Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal); David Iguaz (Movimento Unidos pelo Rossio – Aveiro); Joana Campos (Plataforma em Defesa das Árvores); ACER – Associação Cultural e de Estudos Regionais; Academia Cidadã; Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal; ADACE – Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira; Adep – Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Cultural de Castelo de Paiva (Martinho Rocha); AEPGA – Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino – Atenor; Aliança pela Floresta Autóctone; Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental; Alvorecer Florestal – Web e V. N. Gaia; APTS – Associação Portuguesa de Turismo Sustentável; Associação de Defesa do Paul de Tornada – Pato; Associação Dunas Livres; Cadep-CN – Clube dos Amigos e Defensores do Património Cultural e Natural da Ilha de St.ª Maria (Açores); Associação Espaço Vipa 1051 – Matosinhos; Associação Evoluir Oeiras; Associação Famalicão em Transição; Associação ReflorestarPT – Regeneração Ecológica e Social; Associação Vamos Salvar o Amor; Associação Vimaranense para a Ecologia; Chão do Rio – Turismo de Aldeia — Travancinha, Seia; Cidamb – Associação Nacional para a Cidadania Ambiental; Cisma – Associação Cultural – Covilhã; Clube UNESCO da Cidade do Porto; Colectivo HortaFCUL; Fapas – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade; GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; Glocal Faro; Grupo Olhar o Futuro com Ribeiro Telles; H2AVE; Instituto Zoófilo Quinta Carbone – IZQC; Íris – Associação Nacional de Ambiente; Liga Portuguesa dos Direitos do Animal – LPDA; LPN – Liga para a Proteção da Natureza; MAPA – Movimento Académico de Proteção Ambiental – Universidade da Beira Interior; Movimento Bem da Terra – Felgueiras; Movimento Jardim Martim Moniz; Movimento Peticionário Rua Régulo Megauanha — Porto; Movimento por um Jardim Ferroviário na Boavista – Porto; Mubi — Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta; NDMALO-GE — Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro – Grupo Ecológico; Onda Verde – Associação Juvenil de Ambiente e Aventura; Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural; PCI – Paramédicos de Catástrofe Internacional; PUMI – Movimento Por Um Mundo Ideal; Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza; Renovar a Mouraria – Associação; Rio Neiva – Associação de Defesa do Ambiente; Salvar o Jardim da Parada; SEA – Sociedade de Ética Ambiental; Slow Motion Tours (Porto); Tagis — Centro de Conservação das Borboletas de Portugal; Tree Talk Gaia – Movimento pela Preservação de Espaços Verdes em Gaia Litoral; Verde – Associação para a Conservação Integrada da Natureza; Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável