Câmaras disseram «não» ao petróleo e movimentos querem saber o que fará o Governo

As associações e movimentos contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos em Portugal exigem saber o que fará o Governo, […]

As associações e movimentos contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos em Portugal exigem saber o que fará o Governo, após a emissão de pareceres negativos das Câmaras de Santiago do Cacém, Sines, Odemira, Aljezur, Vila do Bispo e Lagos contra o início de atividade do consórcio Galp/ENI.

Os ativistas não vão ficar à espera que a resposta chegue e já se estão a mobilizar para estar na quinta-feira, dia 21 de Dezembro, frente à Assembleia da República, para marcar a sua posição durante a discussão no Parlamento de nova petição contra a autorização dada ao consórcio para iniciar a prospeção de petróleo e gás natural ao largo do Algarve e do Alentejo.

A concentração servirá para «exigir a anulação de todos os contratos de prospeção e exploração de petróleo e gás em vigor em Portugal e reafirmar a urgência de apostar e investir imediatamente em projetos de energias renováveis descentralizados».

No seguimento dos pareceres negativos das Câmaras Municipais à prospeção e exploração de petróleo, os ativistas anti-petróleo colocam a bola do lado do Governo.

«Face à oposição dos municípios e das populações, e perante de todos os apelos internacionais, os movimentos e associações contra a exploração de hidrocarbonetos em Portugal perguntam ao Governo: E agora? O que vão fazer com os pareceres negativos das Câmaras Municipais? E com a opinião pública portuguesa? E com os pareceres de cientistas de todo o mundo? E com os compromissos assinados?», questionam.

Segundo os movimentos, os argumentos usados pela generalidade das autarquias que se pronunciaram – apenas não terão tido acesso ao parecer de Vila do Bispo – «são coincidentes com os dos movimentos e associações contra a prospeção e exploração de petróleo e gás, amplamente divulgados junto das autoridades e populações, os quais de forma unânime alertam para as catastróficas consequências de tais atividades».

Entre eles estão o risco ambiental, o potencial aumento do risco sísmico, os «avassaladores impactos negativos na pesca e no turismo» e a «necessidade urgente e global de diminuir a emissão de gases com efeito de estufa, originados pela exploração e utilização de hidrocarbonetos, designadamente de petróleo e gás».

Os movimentos recordam a posição conjunta de de 80 economistas de 20 países, tornada pública a 7 de Dezembro, que apela «ao fim dos investimentos na produção e nas infraestruturas fósseis. “Nem mais um euro deverá ser concedido ao carbono, ao petróleo e ao gás”, pode ler-se na carta onde se advoga, entre outras coisas, um aumento massivo dos investimentos em energias renováveis», segundo a plataforma.

«Esta declaração procede a que foi lançada por mais de 15 mil cientistas de todo o mundo, em Novembro, na qual estes afirmaram que a Humanidade não está a tomar as medidas necessárias para proteger o planeta e os ecossistemas. Os referidos cientistas invocaram ainda a necessidade inadiável e tremendamente urgente, de uma “transição para a sustentabilidade”», acrescentam.

Os ativistas contra a prospeção e exploração de petróleo em Portugal apelaram à participação da população na concentração de dia 21, frente à AR, em Lisboa.

 

Associações e movimentos que assinam esta posição pública:

Alentejo Litoral pelo Ambiente (ALA), Algarve Surf and Marine Activities Association (Asmaa), Associação Rota Vicentina, Campanha Linha Vermelha, Climáximo, Coletivo Clima, Futuro Limpo, Plataforma Algarve Livre de Petróleo – PALP (Aldeia, Almargem, Coletivo Clima, Climáximo, Geota, Glocalfaro, LPN, Newloops, PAS, Quercus, Rias, Rocha, Sciaena, SPEA; organizações internacionais: Ocean Care, Save the Waves, Surfrider, Sun Concept), Preservar Aljezur, Stop Petróleo Vila do Bispo, Tamera, Tavira em Transição.

 

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