Oficina “Conta-me Como Era a Escola”


No dia 14 de abril de 2013 a Academia Cidadã foi à Voz do Operário, na Graça, para realizar a oficina-simulação “Conta-me como era a Escola”. Com a participação de 10 crianças, com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos, esta ação, desenvolvida ao longo de toda a tarde, teve como principal objetivo a experiência, em situação simulada, de como era a escola antes do 25 de Abril. A partir da simulação, foi possível refletir acerca de alguns aspetos da Escola desse tempo, assim como compara-la à Escola de hoje.

O início da oficina deu-se com a realização de dinâmicas de apresentação e de aquecimento, seguidas por um momento de avaliação diagnóstica, em que foi pedido a cada criança que escrevesse num papel, anonimamente, o que significava para si o 25 de Abril. As frases daí obtidas foram, mais tarde, discutidas em grupo.

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Depois, e como forma introdutória ao tema da escola antes do 25 de Abril, foi realizada uma primeira atividade, durante a qual os participantes tiveram a oportunidade de comparar dados relativos às taxas de escolarização desse tempo aos de hoje, usando-se para tal gráficos humanos, de forma a tornar a informação mais percetível.

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Seguiu-se a simulação. As crianças viram-se de repente num contexto que replicava uma aula, na Escola desse tempo. Através de um mediador, elas iam recebendo informações, para saber como se comportar: sempre que exista um comportamento não permitido, o mediador, através do som de um apito, “congelava” a cena, isto é, parava-a, e explicava aos participantes como comportar-se de forma “apropriada”. Durante estes momentos de “congelamento” de cena, o mediador acrescentava também outras informações, acerca das realidades presentes na sala de aula no tempo anterior ao 25 de Abril.

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Desta forma, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e experienciar o autoritarismo habitual nos professores da altura, com a realização de castigos, a separação de géneros na sala de aula, a importância da religião, do pensamento nacionalista, e do colonialismo na educação da época, a impossibilidade de exprimir-se livremente e a obrigatoriedade de ter de obedecer a regras e ordens que punham em causa direitos fundamentais.

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A simulação terminou com a entrada de uma mulher oferecendo cravos a todos, ao som da canção “Grândola Vila Morena”, e com a fuga do professor.

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A atividade de simulação foi seguida por um momento de discussão e reflexão, no qual as crianças tiveram a oportunidade de falar acerca da experiência vivida. Depois, através da presença de um capitão de Abril, Ramiro Rodrigues, tivemos todos a oportunidade de ouvir contadas, na primeira pessoa, algumas experiências passadas antes da Revolução e durante a mesma. Nesta altura foram abertos os papéis onde as crianças haviam, no início da oficina, escrito o que entendiam acerca do 25 de Abril, e discutidos os seus conteúdos.

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Para terminar, foi realizada uma pintura de grupo, livre, onde os participantes puderam, através da expressão plástica, falar acerca das sensações que haviam vivido durante toda a tarde.

 

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