Abril.pt / Lusa 22 de Setembro de 2018
Neste sábado, as maiores cidades do País foram palco de manifestações, convocadas por dezenas de organizações, por habitação acessível a todos e contra a especulação imobiliária.
«A habitação não pode ser um privilégio, a habitação é um direito» e «A casa a quem a habita» foram duas das frases que se podiam ler nos inúmeros cartazes dos manifestantes que exigem do Governo novas regras que regulem as rendas e acabem com a especulação imibiliária.
A iniciativa realizada em Lisboa e no Porto junta organizações como a SOS Racismo, a Academia Cidadã, a APPA – Associação do Património e População de Alfama, a Assembleia Feminista de Lisboa, a Associação de Moradores e Moradoras do Centro Histórico do Porto e a Associação Terapêutica do Ruído, entre muitas outras.
Na base do protesto, está a defesa do direito à habitação e a necessidade de acabar com a descaracterização dos núcleos históricos, responsável pelo desalojamento diário de moradores que faziam parte da tipicidade das cidades.
«Saímos à rua para lutar pelas nossas vidas, pelos nossos bairros, lugares e comunidades. Lutamos por uma vida digna e reclamamos o direito à construção colectiva dos espaços em que vivemos», lê-se no manifesto associado à iniciativa.
No convite, os promotores da iniciativa realçam o agravamento destes problemas com o processo de «especulação generalizada e com a privatização e perda de espaços públicos e socioculturais», criticando ainda as políticas actuais pelo facto de «não resolverem o problema» da habitação»
A par das manifestações de Lisboa e Porto, estão também previstas várias actividades durante o mês de Setembro com «o objectivo de discutir, denunciar, questionar e desafiar o modelo de desenvolvimento capitalista, que transforma a cidade num gigantesco negócio, subordinando-a às leis de mercado e excluindo os seus habitantes».