Rádio Renascença, 21 set, 2018
Várias organizações convocaram o protesto para sábado, em nome do direito à habitação e contra a especulação imobiliária nas duas cidades.
Um grupo de organizações convocou manifestações para sábado, em Lisboa e no Porto, pelo direito à habitação e contra a especulação imobiliária nas duas cidades.
“São coletivos que já trabalham juntos há algum tempo e que se juntaram novamente para dar voz a esta preocupação, porque se atingiu uma situação limite, com tantos despejos e preços impossíveis de alcançar para quem queira viver na cidade”, disse à agência Lusa Sílvia Jorge, uma das subscritoras da iniciativa
Em Lisboa, as ações vão decorrer sob o lema “Pelas nossas casas, pelas nossas vidas Lutamos!”. A concentração está marcada para o meio-dia, no Largo Pina Manique, seguindo-se, às 15h30, um desfile até à Ribeira das Naus, onde os manifestantes pretendem ficar até à meia-noite.
No Porto, a concentração está marcada para os Arcos de Miragaia, às 15h00. Tanto para Lisboa como para o Porto foram criados eventos no Facebook.
“Esta manifestação é convocada por um conjunto alargado e diverso de associações e coletivos que vêem os problemas da habitação e das nossas cidades agravarem-se com o processo de especulação generalizada e com a privatização de espaços públicos e socioculturais”, lê-se no comunicado.
A iniciativa junta organizações como a SOS Racismo, a Academia Cidadã, a APPA — Associação do Património e População de Alfama, a Assembleia Feminista de Lisboa, a Associação de Moradores e Moradoras do Centro Histórico do Porto e a Associação Terapêutica do Ruído, entre muitas outras.
Setembro é anunciado como mês de ação e luta pela habitação, estando previstas outras iniciativas destinadas a “discutir, denunciar, questionar e desafiar o modelo de desenvolvimento capitalista” que transforma a cidade “num gigantesco negócio”, subordinando-a “às leis de mercado” e excluindo os habitantes, defendem.
“Saímos à rua para lutar pelas nossas vidas, pelos nossos bairros, lugares e comunidades. Lutamos por uma vida digna e reclamamos o direito à construção coletiva dos espaços em que vivemos”, afirmam no manifesto associado à iniciativa.
União de Mulheres Alternativa e Resposta, Casa da Achada, Centro de Cultura Libertária, Coração Alfacinha, Disgraça, Gaia, Habita, Moradores do Bairro 6 de Maio, Morar em Lisboa, Mulheres na Arquitetura, Panteras Rosa e Stop Despejos estão entre os subscritores.
“As políticas atuais não resolvem o problema da habitação. Exigimos habitação digna para toda a gente”, sublinham os promotores do protesto.