Açoriano Oriental: Mais de 60 organizações de vários países apelam a boicote à Eurovisão em Israel


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Mais de 60 organizações, a maioria de defesa dos direitos LGBTQIA, de vários países, Portugal incluído, apelaram aos membros daquela comunidade para que boicotem este ano o Festival Eurovisão da Canção, caso este se realize mesmo em Israel.
30 de Jan de 2019, 16:17

Mais de 60 organizações de vários países apelam a boicote à Eurovisão em Israel

Autor: Lusa/AO Online

“Juntamo-nos aos crescentes apelos de todo o mundo e pedimos aos membros da comunidade LGBTQIA [Lésbica, Gay, Bisexual, Transgénero, Queer, Intersexo, Assexual] que boicotem o Festival Eurovisão da Canção 2019, desde que Israel seja o anfitrião”, lê-se na carta, divulgada e subscrita por organizações de países como Alemanha, França, Estados Unidos, Bélgica, Honduras e Portugal.

Este ano, o Festival Eurovisão da Canção decorre em Telavive, Israel, depois de no ano passado o país se ter sagrado vencedor do concurso, que decorreu em maio em Lisboa, com a música “Toy”, interpretada por Netta Barziliali. As semifinais do concurso estão marcadas para 14 e 16 de maio e a cerimónia da final para o dia 18 do mesmo mês.

Em junho do ano passado, diversas organizações culturais palestinianas apelaram ao boicote ao concurso, sublinhando que “o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos seus crimes de guerra contra os palestinianos”.

Em setembro, mais de uma centena de artistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, manifestaram apoio a esse apelo.

Surge agora o apelo das mais de 60 organizações, de quase 20 países.

Além de apelarem aos elementos da comunidade LGBTQIA que boicotem o concurso, as associações instam a que “movimentos de base, empresas LGBTQIA, artistas e ONG [Organizações Não Governamentais] dos países participantes protestem contra a realização da Eurovisão em Israel e realizem ações pacíficas de boicote”.

Entre os subscritores da carta estão as associações portuguesas estão a Academia Cidadã, a Não te prives – Grupo de defesa dos direitos sexuais, a Panteras Rosa – Frente de Combate à LesBiGayTransfobia, a PATH – Plataforma Anti Transfobia e Homofobia de Coimbra e a Umar Coimbra.

“Tal como na luta contra o Apartheid na África do Sul, só através de uma efetiva e sustentada pressão internacional Israel será compelido a cumprir as suas obrigações perante o direito internacional e a respeitar os Direitos Humanos dos palestinianos”, defendem as organizações.

Em novembro, vários artistas portugueses apelaram, numa carta aberta dirigida à RTP, responsável pela escolha do representante nacional, ao boicote de Portugal ao Festival Eurovisão da Canção.

A BBC divulgou ter recebido uma carta aberta na qual várias personalidades, incluindo a designer de moda Vivienne Westwood, o músico Peter Gabriel, o realizador Mike Leigh e a banda Wolf Alice, instam a estação, responsável pela escolha do representante do Reino Unido, a pedir à organização que altere a localização da edição de 2019 do concurso.

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