PortuguêsNos dias 25, 26 e 27 de junho a Academia Cidadã está em Atenas para integrar o Fórum Cívico Europeu [FCE] e participar no encontro os ‘Dias da Cidadania Europeia 2014’.
Para além da participação nos trabalhos, temo-nos encontrado com organizações e pessoas que, de diversas formas, têm estado activamente envolvidas na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática, num país onde a austeridade tem sucessivamente vindo a destruir cada vez mais vidas.
Este é um dos três centros de saúde autogeridos do bairro de Exarchia, em Atenas. Por iniciativa da comunidade, com trabalho voluntariado dos médicos, enfermeiros e restante pessoal técnico, e ainda apoio de algumas farmácias, podem ser utilizados por qualquer um que precise de cuidados primários de saúde. Serve para colmatar o precário sistema público de saúde que o Estado grego tem, hoje em dia, para oferecer aos seus cidadãos.
Centro Comunitário e enfermaria social e auto-gerida Patisia, Atenas
A Academia Cidadã passará a integrar o Fórum Cívico Europeu [FCE] porque entende que a luta pelas causas que defende é, também, europeia e global. Os desafios que enfrentamos enquanto sociedade são enormes mas não são exclusivos de cada país. Só através de uma acção política coordenada a nível internacional poderemos ambicionar uma real mudança de paradigma social e económico, onde o peso da finança não esmague a justiça social, onde os mercados sejam regulados pela sustentabilidade, pela solidariedade, pela igualdade e pela democracia. Por isso, a Academia Cidadã assume como vital a integração numa plataforma inclusiva e democrática, progressista, laica e solidária como o FCE. E entrará oficialmente para a plataforma na Assembleia Geral que se realiza na última jornada de trabalhos dos “Dias da Cidadania Europeia 2014“.
O FCE é uma plataforma de mais de cem organizações da sociedade civil de 28 países. Pretende que os princípios nos quais a União Europeia foi fundada (solidariedade e justiça, em particular a justiça social, a solidariedade entre gerações e solidariedade entre Estados) sejam a bússola para uma União que se encontra com um grave défice democrático, bem como de transparência e responsabilização política. Nas últimas décadas as políticas europeias têm contribuído para o aumento das desigualdades e a polarização entre ricos e pobres. Este período foi de crescimento económico global mas privilegiou a acumulação de riqueza em vez da redistribuição. Os efeitos sociais destes desequilíbrios foram assumidos pelos Estados e os comportamentos que criaram a crise financeira continuam a repetir-se, impunemente e sem regulação, prejudicando o interesse comum das populações europeias.
Podem acompanhar e partilhar todas as fotos e actualizações, que estamos a publicar durante a nossa participação, no nosso facebook.
Alexandre Carvalho e Joana Dias, 25 de Junho 2014, em Atenas.
