Monthly Archives: June 2017



À procura de uma nascente Queríamos começar pelo início, encontrar o local onde nasce o rio Jamor. Não foi fácil.   Contrariamente ao esperado, a web não informa acerca do paradeiro da nascente do Jamor. Tudo o que se lá encontra é uma vaga informação sobre como o rio nasce em Dona Maria, na Serra da Carregueira, concelho de Sintra. De câmara de filmar em punho, fomos nessa verdadeira expedição. E descobrimos o seguinte: a)      Dona Maria é uma pequeníssima aldeia nos subúrbios da Grande Lisboa, mas preserva ainda características bem rurais - pequenas quintas, um casario meio desordenado que desemboca em pequenos largos, estradas de terra batida e muitas fontes; em Dona Maria toda a gente se conhece e/ou tem grau de parentesco. b)      O rio Jamor vai ganhando diferentes nomes, dependendo do lugar por onde passa (ribeira de Belas, ribeira do Brejo, ribeira de Dona Maria, etc); nasce […]

Diário de Bordo I Dia 1 I Como okupar um rio



GANHÁMOS!   Pronto, já gritámos.   No passado sábado, tivemos a honra de ser convidados para o IX Torneio de Futebol de Rua do Bairro Padre Cruz.   A Associação Nacional de Futebol de Rua organizou um evento formidável, na recente praça de futebol de rua no coração do bairro. Foi com um enorme prazer que fomos, mais uma vez, até Carnide para conviver com os nossos parceiros; aqueles que nos ensinaram o pouco que sabemos sobre estas andanças do futebol de rua. Tudo o que aqui temos feito relacionado com o futebol de rua, a eles devemos.     Sem rodeios: saímos da Quinta do Cabrinha animados com a tarde que íamos passar a Carnide, e sem expectativas nenhumas em relação à classificação que iriamos obter no torneio. Nem sequer foi uma questão que fosse levantada por alguém (mesmo, nem o mais competitivo dos nossos jogadores falou de tal […]

O Cabrinha Campeão


Festejamos o amor pelos dois, mas não reconhecemos o amor a 3 ou a 4… Um país governado por uma geringonça tem de aceitar as geringonças do amor. Hoje, erguemo-nos como uma fénix, por todas as lutas, porque elas se entrecruzam. Mas ainda mais pelas pessoas trans, que estiveram sempre à cabeça das lutas queer, deram o corpo ao manifesto e às balas, e continuam a ser as mais discriminadas, também por esta comunidade. Por elas e por nós, hoje e sempre, não façamos silêncio e tanta gente. Porque o povo avança é na rua a gritar! O general Galvão de Melo já nos tinha avisado que o 25 de Abril não tinha sido feito para as prostitutas e homossexuais mas, pelo menos, esperávamos que os nossos livros de história, em 2017, não falassem da colonização esclavagista como se tivessem sido oceanos de amor. Queiram ou não queiram, generais ou […]

A nossa (euro)visão de um país sem discriminação! (VÍDEO) Discurso 2017 @ Marcha do Orgulho LGBT Lisboa



Este é um texto especial. O  Michele Spatari, um aprendiz de arquitectura italiano, passou de rompante pela Quinta do Cabrinha. Esteve em Lisboa até ao princípio deste mês de Junho a colaborar com o Colectivo Warehouse e achou por bem vir fotografar a Quinta do Cabrinha e as suas gentes. As palavras dele serão sempre melhores que as nossas para perceber o como e o porquê de isto ter acontecido. Ficam a entrevista e algumas das imagens que nos deixou. Olá, Michele. Podes apresentar-te? Ciao! O meu nome é Michele Spatari e sou um estudante de arquitectura italiano à procura do meu caminho no fotojornalismo, fotografia documental e nos media noticiosos em geral. Eu sei, é um caminho árduo. Nasci numa cidade de média escala italiana chamada Bolonha em 1991 e tive sorte suficiente para, durante os últimos anos, ter a oportunidade de viver em sítios como Lisboa, Beirute e […]

O que vê um fotógrafo italiano no Cabrinha?


Leonor Duarte, psicóloga e fundadora da Academia Cidadã, parte do movimento Morar em Lisboa, diz que o que se está a passar em Lisboa é “um segundo terramoto”. A diferença é que os terramotos não são premeditados e esta convulsão, na sua opinião, não foi apenas uma fúria da natureza. “Estas coisas não acontecem por acaso: há uma promoção da cidade de Lisboa como um centro para o investimento estrangeiro, querem Lisboa concorrida, cosmopolita, limpinha. Um terramoto é uma coisa destrutiva e, depois de acontecer, normalmente há uma limpeza e constrói-se de novo. É mais ou menos essa a intenção”, refere Leonor Duarte, de 45 anos, ao Observador. “Eu sou igual a qualquer arrendatário em Lisboa: vivo em Alfama, estou em perigo e estou com medo. O meu contrato pode não ser renovado, mesmo que ainda ninguém me tenha dito que é essa a intenção. Não acredito que haja alguém […]

OBSERVADOR: “Em Lisboa está tudo à espera de arrendar a casa à Madonna”