O que aconteceu em Orlando tinha como alvo as pessoas queer. Quis matar a diferença, o “estranho” aos olhos de uma sociedade que rejeita tudo o que não é branco, hetero, cis, respeitável na moral e nos bons costumes. É uma fogueira de desprezo, que vem de há séculos, alimentada por religiões, governos e fanatismos vários. É uma fogueira machista. Misógina. Patriarcal. É uma fogueira que queima quem foge à norma: paneleiros, fufas, pretos e pretas, ciganos e ciganas. Não lhe fogem bichas, trans, efeminados, marias-rapazes, mulheres em geral, migrantes e refugiadas em particular; não tolera pobres, fora de modas, gordas e gordos. Arde mais viva quando várias destas categorias se juntam numa só pessoa. E ainda mais quando envelhecemos. É uma fogueira que queima nas ruas, nos transportes, nos locais de trabalho, nas redes sociais, nas caixas de comentários, onde vamos para nos divertir, passear, respirar. É uma fogueira […]