No decorrer da grave crise de habitação que enfrentamos e que não parece ter fim à vista, surgem outras problemáticas associadas aos espaços que usamos para morar. Quando se fala de habitação, falamos também de redes de apoio, vizinhança e comunidade. Já não se criam os laços que deviam surgir naturalmente pela proximidade e convivência. Os idosos não têm rede de apoio, ficando muitas vezes fechados na solidão da sua casa. Os espaços para crianças, para a cultura e para a socialização não são prioritários em relação à especulação imobiliária. Tudo isto é retirado à população, destruindo, ou não dando oportunidade a construir, comunidade, solidariedade e segurança. Os espaços culturais e sociais também sofrem com a gentrificação das cidades, acabando por não conseguirem acompanhar o valor das rendas e a consequente não renovação dos contratos. É graças a estes espaços que são possíveis reuniões, conversas e debates sobre diferentes temas. […]