Barragem de Fridão, não! O que se perde caso o projeto avance

O Governo tem de decidir até 18 de Abril se a EDP vai construir a barragem de Fridão. Para evitar que o projeto avance, várias figuras públicas associam-se à campanha #frinão, Barragem de Fridão, Não!

Barragem de Fridão, não! O que se perde caso o projeto avance

Lançada a 14 de março, Dia Internacional de Ação Pelos Rios e Contra Barragens, pretende pressionar o Governo a cancelar o Aproveitamento Hidroelétrico de Fridão, pelo perigo que representa para a população de Amarante, pelos custos que acrescerá à fatura da eletricidade e pelos impactes sociais, ambientais e económicos na região.

#frinão, Barragem de Fridão, Não! Assim se apresenta a campanha com que o GEOTA espera mobilizar a opinião pública nacional, mas também os decisores políticos, para a necessidade de impedir a construção do empreendimento cuja construção se encontra suspensa para reavaliação até 18 de abril.

«Além da possibilidade de clicar em ‘Não Assinar’, os participantes são convidados a desafiar por email o Primeiro Ministro a subscrever uma declaração de responsabilização pessoal pelas potenciais consequências catastróficas do colapso da barragem que, a ser construída, se situará numa zona de suscetibilidade sísmica e a cerca de 6 quilómetros da cidade de Amarante, no distrito do Porto», explica Ana Brazão, coordenadora do projeto Rios Livres GEOTA.

 

A petição é também subscrita pelas organizações Academia Cidadã, ANP | WWF, LPN, SOS Salvem o Surf e pela agência de viagens-aventura Nomad, às quais se juntarão outras no decorrer da campanha, segundo informou o GEOTA.

O cartoonista e futuro apresentador das “Manhãs da 3” Hugo van der Ding, os atores Manel Moreira e Vitor d’Andrade, o cantor Zé Manel e Julie Bratteng associaram-se à campanha e visitaram os locais  que ficarão inundados caso avance a barragem de Fridão, no Rio Tâmega e um tour por Amarante (que, apesar da sua localização ser abaixo da barragem, corre sérios riscos por ser tão próxima do paredão – que será construído numa zona sísmica – em caso de colapso, segundo o Instituto Nacional da Água, um tsunami chegaria à cidade em apenas 13 minutos e passaria 14 metros acima da Ponte São Gonçalo, inundando todo o centro histórico e comercial).
No primeiro dia, fizeram uma descida de rafting do rio, uma prova de vinho verde no Eno-hotel Quinta das Escomoeiras (cujas vinhas se prevê ficarem submersas pela albufeira), fizeram um percurso pedestre que passou por um moinho de água centenário e uma ponte medieval (que também desaparecerão com a albufeira). Já no segundo dia, visitaram o centro histórico de Amarante (Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Igreja de São Gonçalo, provaram doçaria local e passearam ao longo das margens do Rio Tâmega que banha a cidade).

A petição pode ser ‘não assinada’ em eunaoassino.com, onde também serão partilhados vídeos de figuras públicas que dão voz à causa, como o ator Manuel Moreira e a atriz Cecília Henriques, as cantoras Mariana Norton e Joana Espadinha ou o cartoonista Hugo Van Der Ding.

Além dos graves impactes sócio-económicos e ambientais associados à construção de grandes barragens, com Fridão, no rio Tâmega, estão em causa as questões de segurança, sobretudo para Amarante, que ficará numa zona de autossalvamento. Ou seja, em caso de acidente, em apenas 13 minutos o centro da cidade seria atingido por um tsunami que passaria 14 metros acima da Ponte de São Gonçalo. O pouco tempo faz com que os meios de Proteção Civil não consigam assegurar a adequada evacuação da população.

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