Especial | Acordo de Parceria Transatlântica (TTIP)
A União Europeia e os Estados Unidos da América negoceiam, atualmente, de forma secreta, um acordo designado Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento ou, simplesmente, Acordo de Parceria Transatlântica (TTIP ou TAFTA em inglês). Esta é a mais recente tentativa de estabelecer um mercado único entre UE e EUA, que representaria 60% do PIB mundial, 33% do comércio mundial de bens e 42% do comércio mundial de serviços.
O argumento utilizado para justificar o novo espaço económico é a "criação de emprego" mas essa suposta boa intenção não conta, nem de perto, nem de longe, a história toda. Que consequências terá este acordo para as pequenas e médias empresas, que são a maioria em Portugal? O Le Monde Diplomatique, edição portuguesa de Junho, tem um dossier sobre o tema, mas já antes tinha escrito sobre o assunto: «o salto em frente do comércio livre e do atlantismo pode obrigar os europeus a importar carne com hormonas, milho geneticamente modificado ou frangos lavados com cloro».
Além da destruição da regulação ambiental e agrícola, esta parceria vai permitir que empresas multinacionais processem os Estados sempre que estes criem legislação que vá contra os seus interesses ou prejudique os seus lucros. E o mais antidemocrático é que esses conflitos seriam decididos em tribunais especiais, fora da esfera legal de qualquer país ou constituição.
A 26ª reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra, aprovou uma resolução para responsabilizar as multinacionais pelas violações de direitos humanos cometidas no contexto das suas atividades.
Já ouviu falar de bagas de lódão? E de serpão? O Biosfera retirou do esquecimento alimentos que já fizeram parte da dieta alimentar de muitos portugueses.
Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde conclui que existe um "impacto negativo da crise sobre a saúde das pessoas", mas que há "um esforço para negá-lo, quer da União Europeia, quer do governo português".
A pergunta surgiu depois de uma visita a Auschwitz: seria possível que, de todos os prisioneiros que por ali passaram, de tantos países, nenhum fosse português? Em 2013, fomos à procura da resposta. Durante nove meses, vasculhámos arquivos, analisámos listas de transporte e registos de baptismo, percorremos Portugal e visitámos campos de concentração, bases de dados e familiares de vítimas em França, Alemanha e Polónia. A resposta está dada: houve muitos portugueses enviados para os campos de concentração nazis.
Nos dois últimos domingos, a 2, revista do jornal Público, publicou uma investigação inédita sobre os portugueses e as portuguesas nos campos de concentração nazis. Um trabalho inédito, de extrema qualidade, verdadeiro serviço público.
VER
Mixed Blood: a globalização dos genes
Cyjo, fotógrafa nascida na Coreia e criada nos Estados Unidos, foi em busca de famílias que mostrassem essa mescla de países. De 2010 a 2013, em Nova Iorque e na China, Cyjo explorou a singularidade dos indivíduos dentro das famílias. "O formato para o Mixed Bood foi colocar os indivíduos juntos mas de pé, separadamente (com excepção das mães com os bebés), o que permite que as identidades individuais no seio familiar sejam claramente observadas", explicou a fotógrafa ao Slate. Os retratos e as narrativas que os acompanham procuram ilustrar as relações que os diferentes membros da família têm com as suas origens, contexto cultural e cidadania. A galeria de fotos é do P3.
Com a construção da barragem de Foz Tua está a ser destruido o Vale do Tua e a sua centenária linha ferroviária, que integram o Alto Douro Vinhateiro, património mundial classi ficado pela UNESCO.
A Plataforma Salvar o Tua tem por missão proteger e valorizar este património, que também é social, ecológico e económico, e peça essencial para o desenvolvimento futuro da região, impedindo a construção da barragem.
VÍDEOS
Esta semana, uma selecção de documentários para reflectir sobre o sistema democrático e os interesses que vivem na sua sombra. Como a banca e as grandes multinacionais se têm aproveitado dos políticos sem que pareça haver mecanismos de controlo cidadão que o impeçam. E o exemplo da Islândia, onde o povo tentou reinventar nossas formas de viver, de se organizar, para trazer transparência e soberania à vida da comunidade.
Quando a Europa salva os bancos, quem paga? de Arpad Bondy para o canal Arte. Um documentário sobre os beneficiários dos resgates bancários na Europa - e não, não foram os cidadãos, que pagam estes regates com os seus impostos. Filme completo:AQUI
Os Negócios de Bruxelas, de Matthieu Lietaert e Friedrich Moser, para o Canal Odisseia, é um documentário sobre os grupos de pressão que atuam na União Europeia. Uma indústria que opera nas sombras, em segredo e de forma confidencial. As perigosas relações entre a elite política e as grandes multinacionais. Filme completo:AQUI
Pots, Pans and Other Solutions é um documentário de Miguel Marques. O realizador foi à Islândia ouvir os testemunhos dos cidadãos e cidadãs que, depois do colapso financeiro de 2008, se organizaram e exigiram uma maior participação democrática no país. Filme completo:AQUI
É uma iniciativa online que trabalha para a sustentabilidade das Organizações Não Governamentais (ONG's) permitindo o acesso a doadores, recursos e ferramentas. Usa a tecnologia para difundir o conhecimento e aumentar o impacto desses coletivos.
